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Tarde de primavera no Baldio, no início da albufeira do rio Caia . O leito parece estar mais assoreado, mas nota-se a corrente de água que ainda continua a alimentar a albufeira. O sítio é muito bonito e a tranquilidade que ali reina permite ouvir sons diferentes, desde o cantar das aves até ao coaxar das rãs.
Perto, na margem esquerda do rio, encontra-se um monte que, na altura, tinha o portão aberto. Dois belos cães passeavam por ali. Certamente, a sua função é vigiar e defender o monte dos intrusos. Apesar da sua intimidatória corpulência, foi possível fotografá-los. Na verdade, nas fotos, têm um ar muito dócil. Na realidade, o melhor é não arriscar.
Num vale, entre Santa Eulália e Campo Maior, numa fila de árvores que marca a linha de água, existem numerosos ninhos de cegonhas. Algumas são muito fugidias quando nos pressentem. Esta deixou-se fotografar no seu enorme ninho e rodeada de ramos onde começam a aparecer os brotos.
Era uma vara de porcos bastante numerosa. Alguns estavam junto da vedação da propriedade. No entanto, mostraram-se muito esquivos e fugiram. Estes estavam relativamente longe, mas vê-se que o ano tem sido pródigo em alimento pela corpulência que exibem.
As paisagens alentejanas têm vindo a mudar no que respeita ao seu uso. Muitas terras antes ocupadas com a produção de cereais estão agora em pousio ou com pastagens. O gado bovino, há umas décadas bastante raro, é agora uma presença nos campos alentejanos.
As pastagens para gado bovino vão sendo cada vez mais uma marca na paisagem alentejana. No final de Fevereiro, as chuvas abundantes criaram charcos e os campos coloridos pela vegetação herbácea constituem momentos de puro encantamento.
Num vale que é atravessado pela estrada Campo Maior-Santa Eulália, estas e mais algumas árvores que, em fila, acompanham a linha de água, estiveram durante todo o verão com ninhos mas sem os seus moradores. Por estes dias de Janeiro, as cegonhas já os tinham voltado a ocupar.
Algumas estavam empoleiradas nos ninhos, outras passeavam pelo prado e pela encosta, provavelmente à procura de alimento.
A minha tentativa de fotografar as cegonhas o mais próximo possível foi uma tarefa sem êxito, em parte porque a minha máquina tem as suas limitações.
Esta ainda foi apanhada bastante longe, mas foi o melhor que consegui. As que estavam mais próximas, quando me preparava para disparar a máquina, levantaram vôo e foram passear para o prado, talvez troçando do meu desapontamento...
Aconteceu hoje ir na estrada que liga Santa Eulália a Monforte quando apareceram estes (e alguns mais) porcos pretos a atravessar calmamente a estrada. Apesar das cercas, os animais conseguiram sair e passeavam de um para o outro lado da estrada. Não tivemos outro remédio senão esperar que todos passassem.
Não se pode negar que são uns belos animais...
(Foto tirada através do vidro do carro)
Vale a pena visitar e passear demoradamente no jardim de Évora. É muito arborizado e com árvores de espécies diversas. Nota-se que terá havido uma renovação da vegetação porque algumas árvores têm o aspecto de serem relativamente novas. Algumas estão identificadas, como as tílias, mas a maioria não. Consegui reconhecer algumas: ailantos (Ailanthus altissima (Miller) Swingle), grevílias, plátanos, árvores da chuva dourada, loureiros, ciprestes e jacarandás ainda floridos.
Tília Hera envolvendo
uma torre da muralha
Ailanto com frutos (sâmaras) espreitando sobre o muro do jardim
Um canteiro com alfazema
Não podiam faltar os pavões que soltavam gritos estridentes neste fim de tarde.
Évora, 28 de Junho de 2007
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