Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Não, não fiz uma viagem à Beira Litoral, onde há uns tempos pude observar casas arquitectónicamente parecidas com esta. Continuo no Alentejo.
Esta casa constitui, de facto, uma nota dissonante numa das ruas mais bonitas de uma bela vila alentejana: Fronteira. Nesta rua, a casa dos azulejos contrasta vivamente com as outras casas brancas, com cantarias de mármore nas ombreiras das portas e janelas e as sacadas com grades de ferro forjado de belos e diversificados desenhos, constituindo um dos conjuntos mais harmoniosos e ricos que pude observar.
Esta casa fez-me lembrar a polémica sobre a introdução de estilos arquitectónicos diferentes dos tradicionais em cada região. Esta questão não é nova. As casas dos "brasileiros torna viagem", emigrantes portugueses enriquecidos no Brasil, foram objecto de troça e consideradas de mau-gosto; com o passar do tempo, são agora apreciadas e adquiriram o estatuto de património a preservar. Também foi grande o alarido à volta das casas genericamente designadas "estilo maison" que os nossos compatriotas emigrantes em França e noutros países europeus construíram com o fruto do seu trabalho e das economias que conseguiram amealhar. Neste caso, sempre entendi que a intenção não era ostentar nem chocar, mas reproduzir os níveis de conforto que tinham encontrado nos países de acolhimento, em nítido contraste com as características das casas tradicionais das suas regiões de origem.
Esta casa de Fronteira deve ter uma história e não me choca que seja tão diferente das outras de traça claramente alentejana.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.