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O ailanto (Ailanthus altissima (Miller) Swingle), é uma árvore com uma grande capacidade de reprodução, estando até classificado como planta invasora.
Este ailanto, provavelmente partido em consequência de algumas fortes rajadas de vento, tem assegurada a continuação da espécie nas proximidades: algumas árvores jovens preparam-see para ocupar o lugar da grande árvore.
Apesar das negras perspetivas que o ano de 2011 nos apresenta, cabe-nos, a nós, termos a força suficiente para suportar os embates e a capacidade de trabalharmos para renovar a esperança em dias melhores.
A todos desejo um BOM ANO DE 2011.
Já foi casa de quinta de visconde, com tudo o que uma quinta deve ter: jardim, horta, pomar, olival... Hoje, a casa é uma ruína que tem vindo a cair aos poucos e o campo circundante é pouco mais que um descampado, despido de árvores. Perto da casa foram construídos uns inestéticos barracões e a única atividade que se observa está relacionada com alguns cavalos que por ali se vêem, de vez em quando, a pastar.
Confesso que era a casa e a quinta que eu gostaria de ter tido. Talvez por isso dá-me uma imensa pena ver o estado de abandono a que está votada. Mas são sinais dos tempos: todas estas pequenas explorações agrícolas que constituiam uma coroa à volta da vila têm vindo a ser sistematicamente abandonadas. Por um lado porque deixou de haver quem as cultivasse; por outro, a produção agrícola em larga escala e a facilidade dos transportes inundou o mercado de produtos mais baratos - muitas vezes de pior qualidade.
Quando iniciei este blogue, faz hoje quatro anos, não tinha qualquer ideia sobre a sua duração. Tal como se diz no Alentejo, vai-se fazendo... Talvez ainda dure bastante, ou talvez não.
O tempo (meteorológico) e outras atividades têm-se mostrado inimigos das minhas andanças de descoberta por terras alentejanas. Apesar de tudo, o saber que há pessoas interessadas no que faço, atendendo ao número de visitas que o contador regista, é um estímulo que me leva a não desistir. A todos os meus agradecimentos.
Foto: As primeiras flores de folhado que vi nesta época do ano.
Estes dias têm sido dias de chumbo. Espessas nuvens cinzentas desfazem-se em chuva, saciando a terra, depois da secura do longo e tórrido verão. Ao amarelado seco dos restolhos e da erva dos pousios, substitui-se o verde em tonalidades diversas, renovando a vida das paisagens. A terra, saturada da abundância, deixa, aqui e ali, mantos de água, charcos, onde a vida se vai renovando também. É tempo dos anfíbios - rãs, sapos, salamandras e quantos mais!
Quando uma aberta interrompe a escuridão e ilumina a paisagem, por vezes surge o arco-irís, dissociando a luz nos seus elementos coloridos. Quem pode neste tempo, não admirar a natureza?
Não tenho muitas plantas de interior. Além das aspidistras que têm tantos anos que já fazem parte integrante da casa, tendo sobrevivido a muitas situações em que outras plantas não teriam resistido, uma das mais recentes é a bromélia que é uma das minhas preferidas. Gosto especialmente desta planta tropical que, pelas suas cores, constitui um regalo para a vista.
Há pormenores que só a história das povoações consegue explicar. Um dos aspetos que mais se destaca em Campo Maior é a elevada densidade da construção urbana na parte mais antiga da vila. Durante muito tempo, até meados do século XIX, a função de praça forte de defesa da fronteira não permitia a expansão da vila para fora das muralhas da fortaleza, construídas depois da Restauração da Independência, em 1640. A necessidade de habitações, resultante do crescimento da população ia sendo resolvido com a construção em altura. Deste modo, são poucas as casas térreas, predominando as que possuem rés-do-chão e primeiro andar. Um outro aspeto interessante reside na profusão de portas. A maioria das fachadas possui duas portas, uma de acesso ao rés-do-chão e outra ao primeiro andar, as quais constituem habitações independentes. Por vezes a largura da casa é tão pequena que não dá espaço para qualquer outra abertura, como uma janela. É evidente que, num tempo em que as lareiras tinham uma função importante quer para aquecimento no inverno, quer para cozinhar as refeições durante todo o ano, o acrescentar de mais um andar à casa implicava resolver o problema da chaminé. Neste caso, ficaram assim...
São poucas as janelas que ainda têm este tipo de portadas, feitas em madeira e apenas com um pequeno postigo envidraçado. Quando são feitas obras de recuperação das casas, as portas e janelas antigas, invariavelmente, são os elementos que desaparecem para dar lugar a outros mais modernos e feitos de materiais mais resistentes às extremas temperaturas que se fazem sentir nas estações do ano.
Em Campo Maior. Dezembro de 2010
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