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Dependendo da orientação da pequena árvore, varia muito o estado de maturação dos medronhos. Curiosamente, os mais maduros encontram-se nos ramos mais altos, de certo modo inacessíveis. Embora aqui não se veja, também já se encontra em floração.
Ao contrário das chaminés de Barbacena, estas não se destacam pela forma. À qualidade estética das anteriores sobrepõe-se a simplicidade das formas destas.
O facto do reboco da chaminé da foto da direita estar a esboroar-se, permite ver claramente o material de construção utilizado e muito comum na vila de Campo Maior: o chamado tijolo burro.
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Na mesma rua, estas duas chaminés. Dois habitantes de Barbacena, meteram conversa para tentarmos chegar à conclusão sobre qual a chaminé mais bonita. Claro que é impossível um acordo. Por mim, as suas são igualmente extraordinárias. (A meteorologia é que não esteve particularmente propícia...)
Foi numa tarde de Novembro com o céu coberto de nuvens a prometer chuva. A intenção era revisitar Barbacena e algumas das suas belas chaminés. No entanto, não perco a oportunidade de ir registando casas tradicionais cujo destino é muito incerto, sendo muito provável que, mais dia, menos dia, venham a desaparecer.
Numa das ruas, contrastando com casas bem arranjadas, esta com aparência de estar abandonada. Só não imaginava que viesse a suscitar uma acesa discussão entre duas vizinhas. Já me tinha afastado, quando ouvi uma voz, em tom bastante alto, a dizer para outra que não percebia por que razão andavam para ali a fotografar estas casas em tão mau estado. Ao que a outra voz respondia, concordando que não percebia as intenções de forasteiros interessados em coisas que não têm qualquer préstimo e só desmerecem no conjunto da povoação.
Como já estava bastante afastada, acabei por achar que não valia a pena voltar atrás e dar algumas explicações. Até porque não tinha a certeza de ser entendida...
Não foi esta a primeira vez que me aconteceram cenas parecidas com estas. Ninguém estranha que se fotografe uma igreja, um palácio ou um qualquer monumento. Mas estas casas que estão a desaparecer e são testemunho da história das terras alentejanas, ninguém lhes dá qualquer valor.
É evidente que, para os habitantes das povoações, elas representam tempos difíceis, muita pobreza e desconforto. Mas devia existir, por parte de alguma entidade, o interesse por preservar, pelo menos, parte de um património que não sendo monumental, faz parte da cultura alentejana.
Agora foi a vez dos plátanos. Av. Calouste Gulbenkian. Campo Maior.
(clicar sobre as fotos para ver tamanho maior)
Em 1934 eram quatro jovens promissoras, cuidadosamente protegidas para evitar quaisquer danos que impedisse o seu normal crescimento, plantadas no Largo da Casa do Povo.
Agora, reduzidas a três e com a provecta idade de 76 anos, estão a ser sujeitas, pelo segundo ano consecutivo, às podas radicais decididas pelos autárquicos donos das serras mecânicas.
A razão destas acções permanece algures no campo da não explicação. Aqui não se pode invocar ignorância porque têm informação suficiente para conhecer a incorrecção desta forma de tratar as árvores do espaço urbano.
Resta-nos a indignação...
Depois de uma longa caminhada, surgiu um pilar de pedra muito apropriado para servir de assento, proporcionando-me um breve descanso. Muitas vezes aqui tinha estado, mas só agora me apercebi que o meu assento de ocasião era, nada mais, nada menos, que um marco de fronteira. Neste momento, estava eu em território português, mirando a bela azinheira espanhola.
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