Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
A janela pertence a uma casa de dois pisos, com austeras cantarias de granito a enquadrar portas e janelas, e que já conheceu melhores dias. Até me pareceu desabitada e em avançado estado de degradação. No entanto, o som de vozes vindas do interior do rés-do-chão, comprovou que, pelo menos nesta parte da casa, há ainda pessoas a morar.
A grade de madeira do exterior da janela é muito bonita e original.
A casa é tão grande que não coube numa fotografia, apesar da estrada até nem ser estreita e de me ter encostado às casas com que esta confronta.
São casas como esta que lembram velhas histórias de senhores proprietários de terras que não chegava um dia para as percorrer a cavalo. Opulências antigas que se esfumaram em vidas de esbanjamento na capital, convencidos de que a mina não se esgotaria nunca. Mas que um dia acabavam nas mãos de agiotas que se apossavam, por baixo valor, da riqueza que os seus devedores antes ostentaram.
Terras onde os pobres, nos períodos sem trabalho, se alimentavam das ervas que colhiam nos campos porque nem sequer tinham uma nesga de terra onde cultivar o seu sustento.
É este Alentejo de fortes contrastes sociais que a casa me evoca.
Pelourinho de Vila Real, Trás-os-Montes.
Algumas das grandes casas de Estremoz ostentam cheminés originais.
Chaminé de um edifício no interior da cerca medieval.
A cerca e torre de menagem do castelo medieval,
Porta de uma casa no interior da cerca medieval.
A Casa do Alcaide-Mor encontra-se encostada à Porta de Santarém, foi também designada como casa da câmara. Edifício da segunda metada do século XV, mandado fazer por D. Sancho de Noronha, alcaide-mor de Estremoz. Posteriormente foi residência da corte e, transitoriamente, casa da câmara. Nela se encontram elementos arquitectónicos mudéjares, gótico final, manuelino e renascença.
Um dos aspectos a registar na visita a Estremoz é que, junto dos monumentos, existem placas que os identificam e que contêm informação sucinta mas suficiente para os podermos conhecer melhor.
No caso da Porta de Santarém ou Porta Oeste, ficamos a saber que faz parte da primeira cerca medieval, com torre quadrangular maciça. Sobre o arco da porta está uma placa do século XIII, comemorativo da construção, no reinado de D. Afonso III. Dentro, uma inscrição invocando Nossa Senhora da Conceição, do tempo de D. João IV.
Na imagem, passando a porta, segue-se a rua que dá acesso ao Largo D. Dinis. À esquerda, a Casa do Alcaide-Mor, muito arruinada, e, sobre o casario, a torre de menagem que domina a elevação onde se localiza a cidade de Estremoz.
A Rua Direita de Estremoz, invulgarmente rectilínea, faz a ligação entre o largo onde se situa a Igreja de Santiago e a Porta de Santarém, ou Porta Oeste da primeira cerca medieval.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.