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A Rua da Cadeia é uma das principais artérias da cidade de Elvas. Ali se concentra algum comércio que ocupa o piso térreo dos prédios. Passado o arco que comunica com a Praça da República, antes da torre que serviu de prisão e que deu o nome à rua, há uma alargamento, uma espécie de pequena praça, num nível superior ao da via de circulação. Algumas árvores lançam a sua sombra refrescante nos sufocantes dias de Verão. Infelizmente, a espécie escolhida para este local parece não ser a mais indicada porque alguns exemplares apresentam-se em muito mau estado, com alguns ramos completamente mortos.
O fontanário de ferro é um dos elementos do mobiliário urbano que se destaca neste pequeno largo.
É com uma imagem da cidade de Elvas que encerro o ano de 2008.
BOM ANO DE 2009!
Nos últimos tempos têm sido raras as vezes que me desloco de propósito a uma localidade. Vou aproveitando as viagens à região de Lisboa para visitar uma ou outra, acabando apenas por alterar o percurso habitual.
No entanto, num destes fins de semana, fui a Vila Viçosa. É uma terra a que já tinha ido algumas vezes. Lembro-me de ter visitado o palácio ducal e de uma vez, por altura da Páscoa, termos parado para almoçar, por sinal um ensopado de borrego que me fez muito mal, devido, suponho eu, ao excesso de gordura que tinha. Talvez por isso me tenha ficado na memória.
Desde sempre tenho a imagem da primeira povoação em que vi laranjeiras como árvores ornamentais no espaço público, ladeando a vastidão da placa central da Praça da República.
Desta vez, a visita não incluiu o palácio, mas apenas um passeio pelas ruas da vila que, parece-me, mas não tenho a certeza, já foi promovida a cidade. Eu gosto de pensar que estas povoações se mantêm como vilas, distinguindo-se das cidades tradicionais alentejanas.
Gostei de Vila Viçosa. A limpeza das ruas confirma a regra das terras alentejanas. É claro que, como em todas as regras há excepções, ou, pelo menos, uma excepção que eu conheço.
Vila Viçosa faz jus ao seu nome, pelo viço que lhe conferem os seus espaços verdes.
As ruas são interessantes, embora se note uma certa monotonia do ponto de vista do conjunto das casas que as compõem. O mármore é rei e senhor nas casas, nos monumentos e até nas pedras das calçadas.
Curiosamente, a época natalícia não estava assinalada com o exagero que se vê por aí. Apenas na entrada das ruas um elemento luminoso assinalava a quadra. Na placa central da Praça da República foi colocado, de modo muito natural, um presépio com grandes figuras, sem qualquer barreira a separá-lo das pessoas que por ali passavam. Pelos vistos, não é necessário aqui colocar o presépio entre grades para o defender sabe-se lá de quê.
Bem, por hoje é só conversa. As fotos ficam para mais tarde.
E, pronto, cá estou a entrar no terceiro ano de vida do blogue Entre Tejo e Odiana. Por causa dele visitei terras do Alto Alentejo que não conhecia e outras onde já tinha estado, mas das quais quardava lembranças muito vagas. Foi um ano de supresas agradáveis; os aspectos positivos ultrapassaram largamente os negativos que fui encontrando.
Destas minhas andanças, fui dando notícia. O retorno de que tenho conhecimento, através das visitas que recebo e de alguns comentários, encorajam-me a continuar. Evidentemente que uma palavra especial tem de ser dirigida à Equipa de Blogs do Sapo que, ao colocar-me no caldeirão da sopa, contribuiu para uma maior visibilidade do Entre Tejo e Odiana.
Agradeço a todos os que me visitam. Espero continuar a mostrar o que de melhor tem o Alentejo (e outras coisas mais...).
Nasce um Deus. Outros morrem. A verdade
Nem veio nem se foi: o Erro mudou.
Temos agora uma outra Eternidade,
E era sempre melhor o que passou.
Cega, a Ciência a inútil gleba lavra,
Louca, a Fé vive o sonho do seu culto.
Um novo Deus é só uma palavra.
Não procures nem creias: tudo é oculto.
Fernando Pessoa
No dia 24 de Agosto de 2007 publiquei um post sobre o coreto de Campo Maior.
Entretanto, o jardim da vila foi alvo de obras de "remodelação", tendo sido abatida a maior parte das árvores que ali existiam. Há algum tempo, a parte superior do coreto foi retirada, correndo a notícia de que estaria a ser restaurado.
No dia 22 de Dezembro, consumou-se a obra: o que restava do coreto foi destruído a golpes de camartelo.
Seja o que for que ali seja colocado no futuro, o valor patrimonial desapareceu.
Uma imagem que não voltará a ser vista.
O terraço da Torre, com os seus muros preparados para a defesa, e a estrutura circular que cobre a escada de caracol, encimada por um marco geodésico.
"A Torre/Paço Ducal é um exemplo único da arquitectura militar de transição, do manuelino final, sem antecedentes nem precedentes em Portugal. Foi construída em 1532 e a sua função nunca terá sido de defesa, servindo basicamente como residência de caça dos Duques de Bragança. A sua posição dominante e cénica, no meio da planície, cumpre na íntegra o propósito da sua construção: afirmar a casa de Bragança como a segunda mais poderosa do Reino e dando sentido à máxima: "depois de vós, nós", ou seja, depois do Rei, a Casa de Bragança. Esta particlaridade está fortemente presente na concepção do edifício, através dos Nós que envolvem o mesmo e que se tratam de um símbolo da heráldica dos Braganças, adoptado pelos arquitectos responsáveis pela sua construção: os irmãos Francisco e Diogo Arruda.Em planta, trata-se de um edifício disposto na forma de um quadrilátero regular, com quatro bastiões circulares nos bvértices. Possui três pisos, suportados por fortes colunas decoradas, onde assentam abóbadas polinervadas em tijolo. Do terrço, com parapeito para artilharia, admira-se um panorama de rara beleza e policromia da peneplanície alentejana." (Folheto da Junta de Freguesia de Evoramonte)
A propósito do poder dos Duques de Bragança, note-se que, em 1527, o rei D. João III mandou fazer o recenseamento da população do reino. No entanto, os escrivães encarregados dessa tarefa foram impedidos de o fazer nos domínios do Duque de Bragança, quer na Comarca de Entre Douro e Minho, quer na Comarca de Entre Tejo e Odiana. Mais tarde, o Duque mandou fazer o conto dos moradores e apresentou-o ao rei. Neste caso, a máxima não se cumpriu: o "vós e o nós" estavam situados ao mesmo nível.
A Torre/Paço Ducal, evidencia-se no ponto mais alto da elevação onde se situa a vila de Evoramonte.
Um aspecto da sala do piso térreo.
A sala do 2º piso
A sala do 3º piso. Note-se a diferente decoração das colunas dos três pisos e a beleza das abóbadas.
"O recinto muralhado de Evoramonte foi construído em forma de triângulo e, em cada vértice, subsistem ainda as portas com os arcos de ogiva trecentistas.
Existem 5 entradas: A Porta do Sol, ou da Vila, defendida por dois cubelos redondos e por dois baluartes; a Porta do Freixo, virada a sul e com lápide gótica, armorejada,da fundação dionisiana, defendida por dois cubelos redondos e dois baluartes; a Porta de S. sebastião, virada a poente e para a Ermida do titular, defendida por um baluarte; a Porta de S. Brás, virada para a ermida do titular e sem qualquer tipo de defesa; o Postigo, entrada virada a poente, constituindo uma simples abertura, sem valor arquitectónico, que se abre junto à Cisterna Pública, numa zona em que a muralha atinge 2 metros de espessura." (Folheto da Junta de Frequesia de Evoramonte)
Vista para Sul: as muralhas e a autoestrada nº 6.
Porta do Sol
Porta do Freixo
Muralhas e roupa no estendal.
A porta gótica mais estranha que já vi. Estreita e dissimétrica, com a cantaria em granito.
Outra porta gótica, um pouco mais larga que a anterior, e com a cantaria trabalhada.
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