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Nos campos do Alentejo vêem-se muitas casas isoladas, abandonadas e em ruínas. A mecanização da agricultura e a facilidade na deslocação das pessoas, tornou desnecessários estes lugares que pontuavam a paisagem. As pessoas que os habitavam foram-se fixando nas vilas e cidades mais próximas.
Há um certo fascínio nestes processos. Por um lado, é triste ver que o tempo vai destruindo o que o homem construíu, por vezes com enorme esforço e sacrifício; mas, por outro lado, é a Natureza a apropriar-se dos elementos que o homem dela retirou. A chuva, o vento e a vegetação irão fechar o ciclo, retornando à terra o que é da terra.
Casa isolada, de aspecto muito pobre, tendo ao lado uma choça. Está situada no concelho de Elvas, perto da aldeia abandonada de Caia. Gostaria de ter observado este conjunto mais próximo, sobretudo tentar perceber qual a função da choça, se era utilizada ou não para o gado, mas as cercas que delimitam a propriedade constituíram uma barreira que não foi possível ultrapassar.
Na choça as paredes já começaram a ruir. Esta choça é semelhante à que foi fotografada por Orlando Ribeiro e que reproduzi aqui.
Quando se vai na estrada de Alter do Chão com destino a Alter Pedroso, encontra-se a indicação da existência de uma anta ou dólmen. Pouco antes de chegar a Alter Pedroso, vira-se para a esquerda, seguindo caminho de terra batida, até encontrar a anta, a qual está bem sinalizada.
Trata-se de um monumento relativamente bem conservado, tendo ainda os esteios mas a que falta a pedra de cobertura.
A entrada da anta.
Outra vista da anta, do lado oposta à entrada.
Vaiamonte é uma povoação sede de freguesia do concelho de Monforte. Já lá tinha passado mas sem sair da estrada e com a velocidade normal nestas circunstâncias que não dá para ver nada.
O nome desta aldeia era-me familiar desde há muito tempo. Ouvia-o associado a uma especialização que era a arte de cortar o pêlo dos animais, sobretudo cavalos, fazendo desenhos por vezes muito elaborados.
A aldeia é relativamente pequena. Visitei-a numa fria manhã de Janeiro. O elemento que se destaca desde logo é a igreja, cuja origem remonta ao século XVI, mas com remodelações nos séculos XVIII e XX. No largo da igreja, o já habitual e triste espectáculo das árvores "podadas", reduzidas ao tronco e alguns ramos raquíticos.
Da igreja destaca-se, pela imponência, a torre sineira, muito alta mas bonita. Lá está colocado o relógio que marca a hora da manhã em lá estive.
Achei particularmente bonito este pormenor da fonte, datada de 1904. Provavelmente para compensar a simplicidade do tanque e das bicas/torneiras, foi feito um elemento decorativo pintado a azul acinzentado.
Igreja Matriz, construída no século XVI. São impressionantes os gigantes laterais que suportam a cobertura da igreja. O frontão é muito curioso pelos relevos que ostenta, pintados de azul.
Igreja da Misericórdia e Santa Casa da Misericórdia de Fronteira. A construção da igreja é também do século XVI, embora, como no caso da Matriz, com modificações posteriores.
Pormenor da Igreja da Misericórdia.
Quando se chega a Fronteira, vindo de Sousel, antes de entrar na vila, encontra-se esta fonte monumental.
É uma fonte com função de abastecimento público de água e de bebedouro de animais.
Vista geral da fonte.
A parte da fonte destinada ao abastecimento público está protegida por uma grade.
O tanque e as carrancas da fonte que, na altura, não tinha água.
O frontão da fonte, vendo-se o escudo com as armas de Portugal. Os azulejos que cobrem a fonte estão em muito mau estado.
Devido à grande quantidade de material recolhido no que respeita a aldrabas e batentes, optei por criar um novo blogue só para estes objectos.
Todos os posts aqui publicados vão ser apagados.
A todos os amigos que me visitam e se interessam pelo tema, podem aceder através deste endereço:
http://aldrabas-batentes.blogs.sapo.pt/
Também disponível na lista de links.
Há muito tempo que não escrevo sobre o meu jardim. Tenho-lhe dedicado pouco tempo, em parte, por causa dos afazeres na Academia. No que respeita a plantas anuais, tenho muito poucas. Apenas enterrei dois bolbos que sobreviveram do ano passado: um de jacintos e outro de túlipas. Mas não tenho grande fé no que dali vai sair porque não estavam em muito bom estado.
Actualmente as primaveras estão floridas. A planta tem sobrevivido desde há dois anos e está coberta de pequenas e vistosas flores. Claro que os gerânios continuam a florir todo o ano. Também um dos tomateiros que não secou, ostenta as suas minúsculas flores. As Kalanchoe estão cheias de botões. Parece-me que as orquídeas, apesar de estarem com bom aspecto, não me vão dar a satisfação de florirem.
Nos últimos tempos tenho optado por ir substituindo os vasos mais pequenos por maiores, por um lado, acompanhando o crescimento das plantas e, por outro, porque retêm melhor a água, evitando regras muito frequentes.
Quanto às plantas, predominam os arbustos e as aromáticas. A novidade é que me ofereceram uma pequena oliveira que está a fazer companhia ao cupresso, ao folhado e ao loendro. Parece ter-se adaptado muito bem e gostado de ter sido mudada para um vaso maior e com um bom substrato.
Numa das minhas saídas, apanhei bolotas de azinheira e enterrei algumas delas em vasos. Nasceram duas azinheiras que têm agora pouco mais de meia dúzia de folhas mas estão com muito bom aspecto.
Porta de uma das casas da Rua dos Trigueiros
Janela com cantaria em mármore e sacada com grade de ferro forjado. Rua dos Trigueiros.
Janela de guilhotina, com cantaria em mármore. Rua dos Trigueiros.
Janela do 1º andar de uma casa de gosto popular, mas que se encontra em muito mau estado de conservação.
Nas minhas andanças pelas terras do Norte Alentejano, uma das que mais me surpreendeu foi Fronteira. É muito bonita e nota-se um cuidado quer na recuperação do património, quer em aspectos a que dou grande importância, como a limpeza da vila. Fui lá num domingo. Infelizmente, nas nossas terras, quer os principais monumentos, quer os postos de turismo estão, geralmente, fechados. É inacreditável que os postos de turismo não estejam abertos todos os dias a semana. É verdade que os folhetos informativos são muito limitados e nem sempre contêm a informação de que necessitamos. Mas sempre seria uma ajuda.
Há também disponíveis alguns roteiros, mas reflectem o gosto de quem os faz. Por exemplo, um dos roteiros que consultei, não recomendava a visita a Fronteira.
Quanto às igrejas, só se pode ver o interior se tivermos a sorte de apanhar o horário de culto.
Resta a quem se desloca a estas terras, alguma informação que existe em pequenos painéis junto dos principais monumentos. E, sobretudo, observar o tecido urbano e ir descobrindo aspectos e pormenores que caracterizam e tornam especiais cada uma destas terras.
Arco da antiga porta da fortaleza de Fronteira, vendo-se parte da Praça da República e, a seguir, a Rua dos Trigueiros que tem um dos mais notáveis conjuntos de casas nobres dos séculos XVII e XVIII.
Janela dupla com sacada de uma das casas da Rua dos Trigueiros. O ferro forjado desta sacada, bem como de outras da mesma rua, são autênticas obras de arte.
Mas nem tudo são casas apalaçadas em Fronteira. Numa rua paralela à Rua dos Trigueiros, localiza-se esta casa de arquitectura popular, muito comum nesta região.
Fotografei-a porque é semelhante à casa onde nasci e vivi durante alguns anos.
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