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Barbacena é uma vila notável pelas suas chaminés. Muita variedade de formas e algumas de grandes dimensões.
Impressionantes colunas sustentam a armação da latada. Repare-se na dimensão da chaminé quando comparada com a frontaria da casa.
A casa é semelhante a muitas outras. Mas a chaminé tem uma base e uma forma muito curiosas.
Outra chaminé
E mais outra chaminé e uma casa em que a porta é a única abertura.
A casa encontra-se em muito mau estado. Mas a chaminé sobressai pela forma e dimensão.
Casa pequena e chaminé grande, parece ser a legenda mais adequada a esta foto.
Barbacena é, actualmente, uma freguesia do concelho de Elvas. Em 2001 tinha 777 habitantes.
Observando as datas de algumas casas, verifica-se que a vila teve uma expansão considerável no início do século XX. Este crescimento deve ser consequência das campanhas do trigo iniciadas no séclo XIX e que tiveram um grande incremento nas primeiras décadas do século XX.
Percorrer a povoação é descobrir ruas de casas térreas, brancas, como é habitual nas vilas alentejanas. Algumas casas foram "modernizadas" com as fachadas cobertas de azulejos de cores, nomeadamente o castanho, contrastando vivamente com a cor tradicional.
Mas o que mais impressiona é a forma das chaminés, sobretudo nas ruas mais próximas do núcleo mais antigo.
Uma rua, num dos extremos da vila, com algumas casas datadas das primeiras décadas do século XX.
Fila de chaminés com formas variadas.
Faz hoje um ano que comecei este blogue. Aposentada há cerca de 6 meses, os primeiros posts reflectiram essa situação. Por um lado, o facto de me ter mudado da região de Lisboa para o Alentejo, bem no extremo, junto à fronteira com Espanha e todo o processo de adaptação que isso implicou; por outro lado, as minhas preocupações profissionais ainda estavam muito presentes, razão porque fiz alguns textos relacionados com a educação.
Com o passar do tempo fui alterando a orientação do blogue. Tinha um projecto antigo de conhecer ou revisitar algumas terras do Alentejo, sobretudo as aldeias mais próximas. Também verifiquei que na net, nomeadamente nas páginas das autarquias, são muito parcas as informações quer sobre as vilas e cidades, quer sobre as povoações mais pequenas.
Munida de uma máquina fotográfica, embora sem qualquer formação sobre fotografia, fui registando aspectos que me pareceram de interesse. Gosto sobretudo de fixar pormenores.
As visitas que recebo, os net-amigos, os comentários que fazem aos meus posts, encorajaram-me a continuar este projecto.
A todos agradeço o apoio e espero continuar a mostrar o Alentejo que não vem nos folhetos turísticos.
As igrejas que existem em Barbacena justificam-se pelo facto de já ter sido sede de concelho e importante povoação fortificada. Qualquer aldeia ou menos vila da sua dimensão apresenta, em geral, apenas um igreja de características marcadamente rurais. Como já referi noutra ocasião, não é possível visitar o interior destas igrejas a não ser que coincida com as celebrações do culto. Também neste caso, apenas foi possível ver o exterior. Em todo o caso, vê-se que são edifícios que têm merecido algum cuidado dado o seu estado de conservação.
Igreja Matriz, construída no século XIII, mas com alterações ao longo do tempo.
Igreja do Senhor do Passo
Capela de S. Sebastião, hoje casa mortuária.
A povoação de Barbacena é muito antiga, provavelmente edificada sobre um castro pré-romano. Foi integrada no reino de Portugal por D. Sancho II. Teve o seu primeiro foral no século XIII e o segundo foi-lhe outorgado por D. Manuel, no século XVI. Este rei mandou reconstruir o castelo. No século XVI o concelho de Barbacena que era um enclave no concelho de Elvas, tinha 64 moradores, o que equivalia a mais ou menos 250 habitantes. O castelo foi sempre propriedade de nobres mas, por meio de venda, foi conhecendo vários proprietários. A fortaleza foi modernizada no século XVII, por altura da Guerra da Restauração. Até ao início século XIX foi sitiada várias vezes.
Pormenor de um baluarte da parte da fortaleza que foi construída no século XVII.
Outro aspecto da parte exterior da fortaleza. O castelo de Barbacena continua a ser propriedade privada, não sendo possível visitar o seu interior.
Pelourinho ou picota, segundo o Dicionário de História de Portugal, "é uma coluna de pedra colocada em lugar público, de cidade ou vila, e na qual os municípios exerciam a sua justiça. Era, assim, o distintivo da jurisdição de um concelho e da sua autonomia municipal. No entanto, tinham também direito de pelourinho os grandes donatários, os bispos, os cabidos e os mosteiros, com prova e instrumento de jurisdição feudal".
Localizavam-se, geralmente, no interior dos centros urbanos, em frente do edifício da câmara municipal.
Serviam para expor os criminosos, amarrados à coluna ou suspensos das argolas, quando estas existiam, e ali lhes eram infligidos os castigos: açoites ou mutilações, conforme a gravidade dos delitos e os costumes da época.
O pelourinho de Barbacena, de granito, apresenta os elementos caracterísicos deste monumentos: a plataforma, neste caso com degraus de acesso; a base, no meio da plataforma; a coluna, com a base, fuste e capitel; e o remate, peça decorativa mais ou menos trabalhada que constitui o cimo do pelourinho. Neste podem ainda ver-se os ferros que sustentam as argolas que serviam para suspender os condenados.
Porta ogivais, testemunho do período medieval.
Janela dupla com sacada
A beleza da simplicidade e o gosto pelas plantas
Isto não é uma janela, mas uma abertura na fachada da Santa Casa da Misericórdia onde se encaixava a roda dos expostos e que servia para a deposição das crianças enjeitadas. Provavelmente a roda seria como esta que estava exposta, em Março, como peça do mês quando visitei o Museu de Olivença.
Roda dos expostos do Museu de Olivença
A vila de Arronches situa-se numa elevação. Quando nos aproximamos da vila, destacam-se os vértices das torres sineiras de três edifícios muito próximos: a Igreja Matriz, os Paços do Concelho e a Santa Casa da Misericórdia. Ver aqui.
Torre da Igreja Matriz. A igreja actual foi construída no século XVI e classificada Monumento Nacional em 1922.
A torre dos Paços do Concelho e a torre da Igreja da Misericórdia.
Nos primeiros dias de Dezembro, este salgueiro-chorão (Salix, provavelmente, Salix x chrysocoma) apresentava estas belas cores castanho-dourado.
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