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"A designação de monte cobre, no Alentejo, desde as casas isoladas de foros e courelas, correspondentes afinal aos casais da região atlântica, até aos mais complexos assentos de lavoura, com moradas de ganhões e trabalhadores permanentes, abrigos de carros ou tractores, queijarias, residência do lavrador ou do feitor, às vezes de andar, e até capela, hoje desafectada mas expressão, no campo espiritual, de uma independência que a lavoura sustentou. Os maiores correspondem, pela população, a lugares do Norte, outros deram origem, como o nome indica, a verdadeiras aldeias, com centenas de habitantes."
Orlando Ribeiro (1986). Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico. 4ª edição. Lisboa: Livraria Sá da Costa. pp. 94-95.
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Actualmente, muitos montes encontram-se abandonados, alguns num avançado estado de ruína. Longe vão os tempos em que os proprietários e agricultores se deslocavam periodicamente com a família e o seu séquito de criados e criadas para passar temporadas nos montes. Agora são poucos os que o fazem.
Eram o local de veraneio, fugindo das autênticas ilhas de calor que são as vilas e cidades, numa altura em que as viagens eram difíceis e demoradas. No Inverno, era ali que se fazia a matança do porco e se preparavam os enchidos que haviam de durar o ano inteiro.
A entrada de um monte
Vista das traseiras, distinguindo-se claramente o campanário da capela e as modestas casas dos trabalhadores, em contraste com a forma acastelada da casa principal. Um pormenor interessante é o galarim que remata a casa, ponto de acesso ao terraço e de observação dos domínios dos seus proprietários.
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