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O coreto de Campo Maior

por Júlia, em 23.12.08

No dia 24 de Agosto de 2007 publiquei um post sobre o coreto de Campo Maior.

Entretanto, o jardim da vila foi alvo de obras de "remodelação", tendo sido abatida a maior parte das árvores que ali existiam. Há algum tempo, a parte superior do coreto foi retirada, correndo a notícia de que estaria a ser restaurado.

No dia 22 de Dezembro, consumou-se a obra: o que restava do coreto foi destruído a golpes de camartelo.

Seja o que for que ali seja colocado no futuro, o valor patrimonial desapareceu.

 

Uma imagem que não voltará a ser vista.

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publicado às 08:30


9 comentários

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De Rosa Guerreiro Dias a 23.12.2008 às 09:50

Estou abismada, não acredito que o nosso coreto desapareceu, como? porquê? Será que ninguém faz nada contra estes atentados ao nosso património? Sim, porque isto faz parte do património de todos os Campomaiorenses, quem dá contas de tais actos?
Estou deveras triste, que aos poucos se destruam as nossas raizes.
Sinto-me revoltada.
Por aqui me fico.
Amiga aquele abraço da amiga certa
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De Júlia a 24.12.2008 às 07:27

Pois é, amiga Rosa. Não imagina o que senti quando, na manhã do dia 22 vi destruirem o coreto.
Parece que o destruiram para colocarem no sítio uns WC, como se a poucos metros de distância não houvesse já uns. Pelo menos é o que se diz.
Embora esta não seja a minha terra, não deixo de sentir uma grande tristeza quando vejo destruir testemunhos do passado.
Desjo-lhe Boas Festas
Um abraço da amiga
Júlia


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De paredes cardoso a 23.12.2008 às 16:24

Vivemos numa época em que "obra nova" tem mais valor, que fazer?
Fica-nos pelo menos o registo no seu blog. Quando tiverem saudades do coreto tentarão repô-lo, como tem vindo a acontecer um pouco por todo o país.
Júlia, votos de um bom Natal e um excelente 2009,
beijinhos.
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De Júlia a 23.12.2008 às 18:56

Ana, é verdade o que diz para muitas situações, mas tenho observado que, em nalgumas terras, há um grande cuidado na preservação do património. Aqui é demais. É uma terra que até custa ver como tudo o que tem algum valor se degrada e se usa o dinheiro da forma mais inacreditável.
Desejo-lhe também um Bom Natal e Bom Ano de 2009
Beijinhos
Júlia.
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De Rosa Guerreiro Dias a 18.01.2009 às 01:42

Amiga Júlia , respirei de alivio quando, no jornal de Campo Maior fui informada que o nosso belo " Coreto" foi retirado para melhoramento e embelezamento geral derivado ao seu estado de degradação, e juntando o útil ao agradável lhe será acrescentado uns WC para crianças e deficientes? assim entendi, fico feliz por se modernizar e restaurar o Património, pois o futuro não se compadece com paragens no tempo. Assim sendo dou os parabéns aos responsáveis pela renovação.
Aquele abraço da amiga certa.
R. G. D.
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De Júlia a 18.01.2009 às 12:53

Amiga Rosa,
Certamente verificou que essa informação foi dada pelo presidente da CMCM. Mas, o que ele verdadeiramente disse foi que "o coreto instalado foi demolido e irá dar lugar a um outro modelo". Diz mais que "inicialmente não pretendiam mexer no coreto porque tinha algum simbolismo para os campomaiorenses".
Como vê, houve a consciência plena de que se estava a destruir património. E não ha razão para pôr em conflito progresso com tradição. Havia espaço suficiente para construir os ditos sanitários sem interferir com o desgraçado coreto, vítima dos anseios modernistas do senhor presidente. Sugiro que confronte a beleza do demolido coreto com os que pode ver em http://www.meloteca.com/coretos.htm

Quanto a isto, permita-lhe que lhe chame a atenção para os seguintes aspectos:
1. O coreto foi destruído a camartelo, logo, não se trata de restauração. Pode ser que estivesse degradado, mas, parece-me, há hoje técnicas que permitem a recuperação sem implicar a destruição.
2. Quanto ao embelezamente geral, veja o que aconteceu com o lago: a grade de ferro forjado foi substituída por uma de tubos. É claro que esta questão do embelezamente é muito subjectiva. Eu preferia a grade de ferro forjado que estava mais de acordo com uma tradição da terra. E preferia um jardim com árvores do que com relva e empedrado, atendendo até às condições meteorológicas que aqui se verificam no verão.
3. Quando à necessidade de WCs, lembre-se que a poucos metros já existem uns e apenas era necessário pô-los a funcionar mais tempo e com outras condições.
4. No que respeita à modernização do património, o que diria se tivessem destruído os Jerónimos para construir o CCB? Ou então, para não sairmos de Campo Maior, deitar abaixo as muralhas seiscentistas, porque estão degradadas, e construir umas novas, uns muros arrumadinhos e decentes? Assim, em vez do degradado Mártir Santo, que seria arrazado, passariamos a ter um jardinzito a ornamentar a entrada de Campo Maior, para quem vem de Espanha. Já agora, como a Porta de Santa Maria não está lá grande coisa, que me diz de fazermos ali uma entrada mais moderna?

É verdade que não podemos parar no tempo, mas a nossa identidade faz-se também da preservação do património que é, aliás, o que muitas terras estão a fazer.
Acha que Campo Maior vai atrair visitantes para verem modernices?

Mas eu até nem sou a pessoa mais indicada para me preocupar com estas situações. Até nem sou de Campo Maior. Mas, não podemos andar por um lado a defender tradições e, por outro, a apoiar os que as vão destruindo.
Abraço da amiga Júlia
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De Rosa Guerreiro Dias a 18.01.2009 às 23:38

Amiga Júlia , estando eu fora de Campo Maior, e sendo eu um pouco adversa a politiquices, acabam por me passar ao lado certas situações. Falha minha confesso, mas minha lida aqui já é intensa, os anos vão pesando, a saúde nem sempre é a melhor, situações que fazem de mim e com pena minha mais uma das muitas espectadoras de Campo Maior. amiga, tem razão, quando toca em dois pontos importantíssimos "Preservação e "Modernismo". Mas que fazer, se quem manda não viu o ponto focal que separa as duas situações? Eu sou uma pessoa pacifica, agrada-me chegar ao coração das pessoas com a palavra, se aí estivesse tentaria estar mais envolvida nos assuntos dos munícipes , sempre através do dialogo e de preferência antes dos projectos serem aprovados. Porque depois da aprovação, palavras leva-as o vento.
Temos o que nos dão.
Somos o que não queremos.
Filosofando.
Aquele abraço da amiga certa.
Rosa Dias
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De Júlia a 19.01.2009 às 17:57

Amiga Rosa,
Não me parece que este caso possa ser considerado de politiquice. Como em tempos tinha feito um post sobre o coreto e até tinha mandado a fotografia para a Meloteca, é lógico que tenha aqui noticiado a sua demolição, usando da maior objectividade ao relatar o sucedido.
Para seu completo esclarecimento, o projecto de demolição do coreto não foi comunicado e muito menos posto à discussão. Aliás, o que aconteceu foi que, inicialmente, andaram operários a retocar a alvenaria das arestas do coreto; depois, retiraram a cobertura, cortando os tubos de suporte e foi posta a circular a versão de que a mesma estava a ser recuperada. Por isso, deve imaginar o nosso espanto quando no dia 22/12/2008 de manhã assistimos ao trabalho de uma máquina que demoliu completamente o que restava do coreto. Nesta altura é que foi posto a circular que esta acção tinha como finalidade construir uns WCs.
Como vê, nada estava projectado. A decisão foi tomada ao sabor do improviso e com base em pressupostos que desconheço.
Como lhe disse, eu não sou de cá. A minha intervenção é estritamente de carácter cívico.
Diz que "temos o que nos dão". Isto nem sempre é verdade porque muitas vezes acabamos por ter o que nos impõem. Por outro lado, como eu até hoje nunca votei em Campo Maior, não tenho qualquer responsabilidade na escolha de quem nos faz essas imposições.
O que me choca é que as pessoas de Campo Maior manifestem uma grande passividade perante estes atentados ao património da vila e do concelho (veja-se o caso de Ouguela, votada a um total abandono).
Abraço
Júlia
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De Tiago Verissimo a 25.12.2008 às 13:36

Sobre este tema teci o seguinte comentário no blogue "De Campo Maior" infelizmente extinto, mas que passo a transcrever: " Como Campomaiorense fiquei muito triste, contudo, sei que a sua morte prematura se deve à inspiração luminosa de algiém que quer construir alí uma Casa de Banho quando no Jardim existem mais espaços, enfim, não irá ser mais um mamarrascho como foram o tratamento arquitectónico do Terreiro e do Largo do Barata?
Os Campomaiorenses amigos da sua Terra esperam que não nos venham a legar mais uma modernice sem gosto.
siripipi-alentejano

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