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Volto à questão da gestão das escolas.
Se os conselhos executivos são eleitos pelo pessoal docente e não docente das escolas é natural que procurem corresponder às expectativas de quem os elegeu. As caracterísitcas destes podem variar muito no que respeita ao profissionalismo.
- Podem predominar os profissionais empenhados, que têm a nítida compreensão da sua missão (não confudir com missionários...), ou seja, da razão pela qual estão a trabalhar numa escola - o sucesso educativo dos alunos. Encaram a profissão como um processo dinâmico, que é preciso rever constantemente, em função dos diferentes alunos com que têm de trabalhar. Consideram o conhecimento da sua área específica e uma boa relação pedagógica como factores importantes que facilitam o processo de aprendizagem dos alunos. A formação é fundamental, na medida em que contribui para enriquecer o elenco de estratégias facilitadoras da sua actividade docente, bem como proporcionar momentos de reflexão sobre o trabalho realizado.
- Mas também podem predominar as pessoas que encaram a actividade docente com menos profissionalismo, que se interessam pouco por evoluir, que não conseguem ter uma boa relação com os alunos... que ensinam sem se importar com a aprendizagem. São simples burocratas que cumprem mais ou menos os horários e procuram que os incomodem o menos possível.
Mas os conselhos executivos também são os representantes do Ministério da Educação nas escolas. E é sua obrigação cumprir e fazer cumprir as leis e directivas.
A questão que se põe é se estes "dois senhores" têm objectivos coincidentes. Pelo que já se disse, depende das características de cada escola.
Há escolas que conseguem acompanhar ou mesmo antecipar as mudanças fundamentais ao seu bom funcionamento, respondendo às necessidades da sociedade; outras dificilmente conseguem evoluir.
As primeiras, conseguem avaliar-se, resolver problemas e envolver as pessoas nas estratégias de mudança - têm líderes que motivam e tomam decisões. Quanto às segundas, não têm essa capacidade. Limitam-se a "gerir" o dia a dia, sem uma perspectiva de gestão estratégica e sem uma assunção clara do que é a missão da escola.
Veja-se como as escolas resolveram o problema das aulas de substituição. Algumas investiram em projectos que proporcionam um enriquecimento dos alunos, outras limitam-se a "gastar" o tempo sem qualquer objectivo educativo.
O Presidente da República, no seu discurso de Ano Novo, desejou ver resultados no que respeita à educação.
Pergunto: Qual a estratégia do ME para a gestão das escolas?
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