Com alguns meses de antecedência concebe-se o projecto de ornamentação da rua. Depois, as resmas de papel vão sendo transformadas em flores para os canteiros e cordas para o tecto. Horas e horas de trabalho cujo produto vai sendo armazenado, calculadas as quantidades por pessoas experientes nesta tarefa, para que não haja falhas no dia em que elas serão colocadas na rua.
Na véspera do início da festa, todos os vizinhos, a que se juntam as visitas que vão chegando e enchem as casas, vão para a rua fazer a “enramação”. Todo o material vem para a rua e, já colocada a armação de paus e de arcos de madeira, são estendidas as cordas de flores, de franjas, ou lenços que vão fazer o tecto da rua. Este trabalho exige força e destreza e, por isso, é realizado pelos homens. Só depois desta fase terminada e já bem adiantada a noite, se colocam as flores mais trabalhadas que hão-de ficar ao nível da vista de quem passa. Nesta noite praticamente ninguém dorme. Diz-se na vila que, por essa altura, os doentes melhoram e os próprios moribundos adiam a hora de partir. A verdade é que, não costuma morrer ninguém no período das festas.
Quando a manhã nasce é altura de ver como ficaram as outras ruas. A vila aparece transfigurada pelo colorido dos tectos, pela variedade das flores, umas inspiradas em flores naturais, outras fruto da imaginação e da criatividade de quem as fez e, ainda, por uma variedade de objectos feitos de papel.
Com o avançar do dia, as festas deixam de ser só dos campomaiorenses. É a altura dos muitos forasteiros admirarem um trabalho único e irrepetível, como é próprio de tudo o que é artesanal.
A Rua de S. João nas Festas de 2004
É este o meu contributo para a postagem colectiva "Festas e Tradições na Minha Terra"
Mais alguma fotos das Festas de 2004